quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Hoje vieram reminiscências de quando o vi pela primeira vez
Aquele ar de mistério, diáfano, irreal que emanava de ti
Um olhar oculto sob as lentes claras
Claras como você, 
Transparentes como sua personalidade forte, ariana 
e, ao mesmo tempo, suave como uma brisa de manhã raiada
Reservado, discreto, pleno de charme
Desde então, sempre que posso busco este olhar
Ainda que em fotos ou, quem sabe, em programas de TV
Admiradora secreta e revelada
Sua amiga dedicada... 


terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Suavidade que lanças sob teus pés
Que embalam um corpo repleto de malícia
E que cobiço tanto.
A sedução é tanta que me causa espanto
Um sentimento imorredouro se apossa de mim
Tão absurdo e completo
Em toda sua complexidade
E em toda a sua evanescência, paradoxo,
Afeto presente mas veias
Que só tu com fogo inclemente
Em mim, ateias...



Vou me furtar da mão que acena
Vou me furtar da mão que, 
A cena do adeus que espera
Para acontecer.
Saber descerrar o véu do desvelo
Deixar uma luz perpassar
a lúgubre masmorra 
da controlada emoção,
Que presa se oprime
Intima o desfecho que imprime
A mão,
O adeus,
Que acena,
A cena final.



Chico

Esses olhos de maresia
Tão angustiados que precisam
Dizer, dizer, dizer
Da dor, do amor, do sofrer, do querer,
da mulher que sou eu.
Chico, navegar em ti 
é minha ansiedade,
meu desejo, 
minha mais cândida e impraticável vontade.
Quanto mar nos olhos teus
Quanto amor nos olhos meus
Deixa eu te amar eternamente,
Chico Buarque de Holanda
Deixa eu viajar para o teu país.

Jovem de sorriso franco e imaturo
em sua maturação
Mas que busca ir mais além
do arco de sua íris
Ver o que o olhar não vislumbra
Sentir o que o tato não traduz
Menino de fausto brilho
Que reluz como estrela 
mais pura e singela.
Doce e suave como brisa de manhã raiada.
Arqueiro do triunfo de existir
Sentado em doce espera...



Só eu sei de minhas dores, sofrimentos e temores, 
Só eu sei de minhas alegrias, satisfações e fantasias.
Tudo que meu consciente revela e esconde, feito sentinela.
Sem inventar mentiras ou verdades, 
límpido e translúcido como água de rio. 
Aquilo que o inconsciente retira do vazio.
Quero um minuto de teu tempo
Para que eu possa abrir um espaço dentro de ti.
E fazer isso é tão difícil
Quanto iluminar todos os caminhos da terra.
É um exercício de longa espera.
É um desvelo de não ter fim.



Você é uma fonte de água cristalina
Onde eu quero mergulhar.
Você é força e brandura ao mesmo tempo.
Eu conheço essa ternura, 
que você talvez nem soubesse que possuía.
Admiro aquele que mexe com minhas emoções
e com os meus nervos à flor da pele.
Homem na acepção da palavra.
Aí está a chave, o que atrai e encarcera
é a tua masculinidade nua e crua 
sempre à espreita e à minha espera.



Ser forte é saber reconhecer suas fragilidades.
Ser firme é lutar por seus ideais.
Ser amoroso é deixar os sentimentos fluirem.
Ser livre é perceber que o amor existe e te solta das amarras.
Deixe o sentimento florescer em seu coração,
Pare de ter medo da emoção.
Ela não te imobiliza, ela te liberta, 
Ela te transforma e te movimenta,
Ela traz leveza, plenitude e frescor, 
e o fará esquecer este temor...





Me tomas como uma febre,
És calor em mim,
És doçura quando desejas,
Quando queres incendeias.
Machucas com teu silêncio,
Alegras com teu sorriso,
Insensato sentimento,
Desbravado ou inexplorado,
Segue envolto em mistérios
Pelas veredas deste teu rosto sério.



sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Que fazer do medo do desencontro
Do horror do desencanto
Do penar do desenlace
O que fazer para que tudo apenas passe
e não deixe suas indeléveis marcas?
Como desatar os nós sem esforço
Se a corda é pesada e longa?
Como desfazer-se de intrincados detalhes
Que nos enredam cada vez mais um ao outro?
O que fazer???
Nos conter,
nos controlar,
Não pensar,
nem fazer?
Deixar acontecer?
Acontecer o quê?
O desfecho do conto de mistério
que vai apresentar o culpado.
A gente já sabe:
a culpa é sempre do mordomo...


(Homenagem a Herbert Vianna: "Eu tenho andado sério, preocupado, você não liga e o mordomo é o culpado...")
Olhos... Que instrumentos delatores
Capazes de expressar o que se passa
Nos véus dissimuladores d´alma


Que perpretam as maiores denúncias
Deslizando e devastando o íntimo confuso
Entregando o que, por vezes,
Se deseja ocultar.


E em outros momentos se deseja, apenas,
falar por eles,
no angustiado desejo de se confessar.


Ah, esses pequenos galanteadores
Olhos... Que instrumentos delatores.


quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Um toque de carinho naqueles olhos oblíquos
despertam a atenção e aguçam a curiosidade feminina.
O que eles escondem e o que demonstram
busco desvendar nas noites mal-dormidas,
nas noites bem vividas ao lado dele.
Um começo e sentimentos vários, 
se expandem em lugares isolados.
O que Eros reserva para aqueles mortais
perdidos e encontrados numa noite chuvosa?
Seria maldade encantar o casal impossibilitado
de viver uma paixão,
Mas os deuses gostam de brincar com os sentimentos
alheios
Quando não há planos é porque tudo já foi planejado
E quando nem se percebe os dois já foram alvejados...


Uma bruma paira secreta,
espera,
espera para chegar e envolver.
Mas as réstias de sol
insistem em iluminar esse amor,
cheio de promessas boas.
Mas onde a promessa?
Onde a gentileza?
Onde a saudade?
Onde a leveza?
Nascido de cuidados e de zelo,
o querer clama por mimos.
E o amor, a despeito de tudo isso, existe,
é real.
Ele resiste e mostra-se leal.
Sua fortaleza é testada cotidianamente
e mostra um vigor inquebrantável.
O sentimento se derrama em cascatas de ansiosa paixão
Suprime esse desejo, meu objeto de adoração...



Nosso amor não precisa de súplicas,
ele se consolidou de maneira equilibrada,
ele não vai capitular e se arrastar a esmo.
Nosso amor vive de si mesmo.



Mansamente ela chega, a paixão, subtraindo a razão,
as reservas,
os conceitos...

E se instala dominadora e impaciente na vida dos mortais.

Ela se comporta como uma deusa cheia de vontades, voluntariosa
e mina as tentativas de insubordinação do ego humano.

Ela quer, ela manda, ela domina, ela atrai.

Os reféns da paixão só podem fazer uma coisa: 

sucumbir, porque aliado a tudo isso tem o inebriar dos sentidos,

o pulsar forte nas veias, 

o coração pleno e a felicidade 

que brilha nos olhos de quem foi por ela atingido...